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Título: Perfil dos atendimentos nos postos de primeiros socorros dos aeroportos internacionais de cidades sede da Copa do Mundo de 2014
Autor(es): Cabral, Noemi Melo
Ano de publicação: 2013
Resumo: A propagação de doenças infecciosas de um país para outro e, potencialmente, para o mundo inteiro é um antigo problema de saúde pública. O Regulamento Sanitário Internacional destaca a importância dos pontos de entrada (portos, aeroportos e fronteiras) estarem preparados com capacidades básicas instaladas para dar resposta a eventos de saúde pública. Considerando a iminência de eventos de massas previstos para serem realizados no Brasil e a grande mobilização e concentração de pessoas com eles prevista, é patente a atenção especial que os mesmos merecem da vigilância em saúde. A ANVISA atua nos aeroportos com fluxo internacional de passageiros, definidos como pontos de entrada com grande movimento de pessoas de diversas procedências, sendo responsável pela vigilância sanitária e epidemiológica nessas áreas. Nesses aeroportos também estão instalados postos de primeiros socorros (PPS), responsáveis pelo atendimento clínico de viajantes, que devem atuar de forma articulada com a ANVISA. Os aeroportos e seus PPS são, portanto, estratégicos para uma primeira abordagem de saúde aos viajantes. O objetivo desse estudo foi o de caracterizar pela primeira vez no Brasil a demanda de atendimentos de saúde nos PPS em aeroportos internacionais, com foco na vigilância epidemiológica. Para tal, realizou-se um estudo exploratório descritivo de abordagem quantitativa da organização e do funcionamento dos postos de primeiros socorros em aeroportos internacionais de Cidades Sede da Copa do Mundo de 2014 selecionados nas cinco regiões brasileiras, no ano de 2011. A análise dos dados mostrou que 10,8% dos atendimentos tiveram hipótese diagnóstica classificada no capítulo de doenças infecciosas e parasitárias da CID10 (Cap I). O capítulo XVIII, relativo aos sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos, apresentou a maior frequência no conjunto dos aeroportos (22,9%). Enquanto as variáveis que se aplicam indistintamente a todos os pacientes apresentaram elevada proporção de completude e relativa homogeneidade entre os aeroportos, as de relevância para viajantes têm pior preenchimento e alguma heterogeneidade entre os aeroportos. Os resultados mostraram que o sexo feminino foi o mais freqüente; a maior proporção de pacientes desses postos é de passageiros, sendo os trabalhadores aeroportuários a segunda categoria mais freqüente; a maior diversidade de países de residência dos pacientes classificados como viajantes verificou-se no aeroporto de Guarulhos; a forma de acesso ao PPS registrada com maior frequência foi por iniciativa própria (43,6% do total da amostra). Quanto ao desfecho do atendimento, a liberação do paciente pelo PPS foi o mais frequente. Dentre os viajantes, os diagnósticos de doenças infecciosas e parasitárias, capítulo I da CID 10, foram equivalentes a 12,1% do total da amostra, e o com maior proporção foi o de gastroenterite aguda. Do total da amostra, 23 casos (0,2%) foram atendimentos que tiveram hipótese diagnóstica de doença de notificação compulsória. Dentre esses 23 casos, apenas 2 apresentaram registro de notificação a ANVISA. Na análise dos atendimentos com evidências clínicas registradas que pudessem enquadrá-los em alguma hipótese diagnóstica de interesse epidemiológico, foi percebida uma baixa sensibilidade para suspeita desse tipo de doença, assim como dificuldade de identificação de evidência devido à baixa completitude de registro de país de procedência. Sem desconsiderar que os PPS são unidades de atendimento emergencial, o registro das informações, de forma prática, em formulários padronizados, melhoraria o monitoramento de casos de interesse a saúde pública nessas unidades. Para uma melhor capacidade de resposta dos aeroportos a eventos de interesse a saúde pública, os PPS deveriam ter melhor definido processo de atualização sobre doenças infecciosas, a fim de aumentar a sensibilidade dos diagnósticos. Os resultados do presente estudo trazem contribuições para o aperfeiçoamento da vigilância epidemiológica nos aeroportos e para a melhoria da atuação desses serviços de atendimentos clínicos que tem grande importância no monitoramento epidemiológico desses pontos de entrada.
Publicação relacionada: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24383
Palavra Chave: Saúde do viajante

Evento de massa

Aeroporto

Vigilância epidemiológica

Traveler health

Gathering event

Airports

Epidemiological surveillance

Serviço médico de emergência

Doença transmissível emergente

Vigilância sanitária
Tipo: Dissertação
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